quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Almas perdidas

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Somos o passado presente
Vidas separadas e doentes

Somos sementes desprezadas
Historia que não se vê,
mas se sente

Amo você,
mas desde quando?
Lembras de mim,
não sabes de onde

Quantas mortes
já tive em teus braços?
Quantas vezes
adeus já me destes?

Encontros, tentativas,
saudade
Dor, reencontro,
outra vez ...

Por que antes não deu certo? Não sei.
Se já houve final feliz? Talvez.

Quando foi a última vez, pergunto-me
Quando será a próxima, questionas

Conhecemo-nos há bastante tempo, você diz
De onde? Desconheces respostas.
Porque tua alma me é transparente? Também ignoro.

Desde a primeira vez te senti não como minha metade, mas como um inteiro de mim
Vi teus segredos antes que me fossem confessados.
Li em tuas palavras a vida que não estava escrita e a escrita que se desejava apagar.
Dizes que sou a única a te ler assim.
Elogios escuto de muitos, mas só de ti vem os que me enrubescem.

Gostaria de falar de reencontro de almas,
mas, diante de tudo, vejo-nos ainda perdidos.

Se sou a rosa da vida do teu jardim, és a fresca água de aquarius que me rega.
Não me deixe murchar.

Qual sina nos aguarda, desconheço.
Mas rogo que, ao menos por um dia, tenhamos vida antes da morte.

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sábado, 19 de setembro de 2009

Aprendiz Ferido

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Este poema dedico especialmente ao homem que se diz aprendiz mas que, a meus olhos, têm enorme sabedoria e um prazer imenso em ensinar. Mais parece um mestre.



Júnior, você sabe que tua mente me seduz e se sou teu estímulo pra escrita, deixo aqui registrado que és o meu também.

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domingo, 30 de agosto de 2009

E se ?

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E se,
no frio da tua noite,
no silencio do teu quarto,
sentado, perdido em pensamentos a esmos,
na solidão da tua cama,
preparando-se para deitar,
sentisses uma presença não visível,
um perfume amadeirado no ar,
e um delicado calor tocando teus cabelos?

E se,
nesse instante fechasse os olhos,
e sentisse esse calor deslizando pelo teu ombro
indo em direção ao teu peito,
enquanto um outro calor maior tocava tuas costas
e sentisse, ainda, um toque úmido na tua nuca,
como um beijo doce e insinuante?

E se,
ainda confuso com essas sensações,
pudesses, de olhos fechados,
ter a impressão de que uma dama te abraçava por traz,
pressionando o corpo dela contra o teu,
tão próxima a ti que poderias sentir o calor do sexo dela
enquanto ela comprimia as coxas contra o teu quadril?

E se,
com tudo isso,
o cansaço da tua labuta abandonasse o teu corpo
e da tua mente fossem afastados todas as lembranças ruins do teu dia,
sendo assim o teu ser invadido por um estado intenso de sublime relaxamento,
enquanto tinhas a impressão de ouvir uma voz mansa e suave sussurrar ao teu ouvido ‘estava à tua espera'?

E se,
agora totalmente absorto em sensações
tivesses, de olhos fechados,
a sensação de que a dama sentava em teu colo
e selava em tua boca um beijo caliente
que te faria sentir, na pele,
o real sentido da intensa verdade nas palavras
que a mesma sussurrou a pouco em teu ouvido?

E se,
em meio a essa fantasia,
com as mãos tu tateasses o vento
e sentisses um corpo pequeno de curvas sedutoras,
pele quente e macia e
cujos seios agora roçariam de leve o teu peito,
enquanto calores suaves lhe percorria a pele,
como pequenos e delicados dedos femininos
a deslizar pelo tua pele,
num suave acariciar?

E se,
abrindo os olhos,
você se desse conta de que não era só uma fantasia
e enxergasse a dama sentada em teu colo,
olhando-te com ternura e desejo?

E se ela fosse eu, gostarias?

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